Morre o sociólogo Francisco de Oliveira

Da Folha:
Em 1992, o crítico literário Roberto Schwarz escreveu um texto em homenagem ao sociólogo e economista Francisco de Oliveira, que se tornava professor titular da USP àquela altura.
“O marxismo aguça o senso de realidade de alguns e embota o de outros. Chico evidentemente pertence com muito brilho ao primeiro grupo”, disse Schwarz sobre o amigo. E arrematou: “Chico é um mestre da dialética”.
O meio acadêmico brasileiro acaba de perder o seu “mestre da dialética”. O pernambucano Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira, mais conhecido como Chico de Oliveira, morreu aos 85 anos na madrugada desta quarta-feira (10). A informação foi confirmada pela USP, que também afirma que os familiares não divulgaram a causa da morte. O velório acontecerá no salão nobre do prédio administrativo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da universidade, na rua do Lago, 717, das 17h às 22h.
Um dos mais influentes nomes das ciências sociais no Brasil a partir da década de 1960, Oliveira lançou ensaios que se tornaram referências, como “Crítica da Razão Dualista” (1972), “Elegia para uma Re(li)gião” (1977) e “O Ornitorrinco” (2003). Teve presença notável em instituições como a USP e o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Ajudou a fundar o PT em 1980, mas decepcionou-se profundamente com o partido quando Lula chegou à Presidência. Também esteve no núcleo de criação do PSOL em 2004, porém, logo se desencantou com a sigla.
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