Morre por covid-19 o cacique Aritana Yawalapiti, líder no Alto Xingu

O cacique Aritana Yawalapiti, do Alto Xingu, é mais uma vítima da covid-19. Ou melhor, do descaso do governo de Jair Bolsonaro com o combate à pandemia entre os índios.
Assim como outros indígenas, Aritana não é apenas parte de uma estatística vergonhosa para o Brasil. A letalidade entre os índios por covid-19 seria o dobro da população em geral.
Aritana Yawalapiti do grupo indígena dos Iaualapitis, da região brasileira do Alto Xingu e presidente do Instituto de Pesquisa Etno Ambiental do Xingu (IPEAX).
Na década de 50, ainda criança, conheceu os irmãos Cláudio Villas-Bôas e Orlando Villas-Bôas, com os quais aprendeu muito “sobre a importância de se preservar os hábitos antigos”.
Preparado desde muito cedo para cumprir sua função de liderança, assumiu a chefia dos Yawalapiti na década de 80, passando a atuar na defesa dos direitos dos indígenas, especialmente no que se refere à demarcação de terras, preservação ambiental, saúde e educação.
Pela sua atuação no campo de direitos indígenas e sua reputação entre outras etnias, Aritana por vezes, fez-se representante de diversas outras etnias, especialmente as que habitam o Parque Nacional do Xingu.
Foi um dos entrevistados no documentário Despertar das Amazonas (2009), dirigido por Anna Penido.
Alguns especialistas interpretam a omissão do governo Bolsonaro em relação aos indígenas na pandemia como a prova de genocídio.
Seria uma ação dolosa.