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Morre Vana Lopes, 1ª vítima a denunciar Abdelmassih

Vana Lopes. Foto: Sérgio Castro/Estadão Conteúdo

Vana Lopes, primeira mulher a denunciar o médico Roger Abdelmassih, morreu neste sábado (28) aos 62 anos. Ela lutava contra um câncer de mama e não resistiu à complicações causadas pela doença. Vana ganhou notoriedade como ativista na defesa de mulheres vítimas de abusos.

Em 2022, numa entrevista ao Universa, do UOL, Vana afirmou que se despediria da vida sabendo que o médico abusador pagou pelo que fez. “Ele é o que é: um nada”. Ela foi vítima de Abdelmassih quando, em 1993, fazia uma fertilização in vitro na tentativa de engravidar. O médico, condenado a 278 anos de prisão, estuprou Vana dentro do consultório. Ela teve diversos problemas de saúde e entrou em depressão.

Vana, então, passou a buscar informações sobre o abusador e encontrou outras vítimas. As primeiras denúncias de abuso sexual sofridas por algumas pacientes começaram a surgir em 2007 e o caso explodiu em 2009 a partir de uma reportagem da Folha. Ela reuniu as mulheres que tinham sido violentadas pelo médico e fundou o grupo “Vítimas de Roger Abdelmassih”, que hoje se chama “Vítimas Unidas”.

Abdelmassih era um dos médicos mais famosos em fertilidade e inseminação do Brasil. Ele foi indiciado em junho de 2009 por estupro e atentado violento ao pudor contra 39 pacientes. Preso pela Polícia Federal em 2014, no Paraguai, ele está cumprindo a pena no presídio de Tremembé (SP). Em 2021, a CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos) decidiu julgar o Brasil por omissões praticadas no caso, incluindo o sumiço de embriões, óvulos e sêmen de pacientes.

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