Motoboys paraguaios inovam com trem de motos para evitar a fiscalização

Na movimentada Ponte da Amizade, que conecta Ciudad del Este, no Paraguai, a Foz do Iguaçu (PR), motoboys têm adotado estratégias ousadas para atravessar a fronteira, buscando evitar a fiscalização da Receita Federal, Polícia Federal e Exército. Formando grupos que chegam a reunir mais de cem motocicletas, eles tentam atravessar a aduana em trens, buscando intimidar autoridades e evitar congestionamentos.
O foco dessas ações é introduzir ilegalmente produtos no Brasil, principalmente celulares, além de anabolizantes, cigarros eletrônicos e drogas. Apenas entre janeiro e setembro, a aduana de Foz do Iguaçu registrou R$ 450 milhões em apreensões de produtos contrabandeados, evidenciando um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior.
As táticas engenhosas dos motociclistas incluem a escolha de horários estratégicos, como os picos de movimento às 8h e 12h, e momentos de troca de turno na aduana, quando a equipe está momentaneamente reduzida. A falta de eficácia na fronteira, relatada por agentes em Foz do Iguaçu, é agravada pela presença de observadores próximos à aduana monitorando as ações das equipes de repressão.
Em alguns casos, os motoboys contam com fundos falsos em suas motos para tentar passar ilesos pelos fiscais em caso de parada, além de esconder produtos no próprio corpo. Incidentes recentes, como o flagrante de um motoboy com três smartphones escondidos na calça de moletom, ilustram a complexidade dessas operações.
Apesar dos riscos, os motoboys continuam a realizar essas travessias ilegais, muitas vezes contando com estratégias para driblar a fiscalização. A prática, inspirada em táticas anteriores de trens de ônibus na região, destaca a persistência desses motociclistas em burlar a vigilância e as dificuldades enfrentadas nas fronteiras para o contrabando de mercadorias.