Motorista brasileiro que levou remédio para sogro de jogador na Rússia pode pegar 25 anos de prisão por tráfico

Do GE
A situação jurídica do ex-motorista do jogador Fernando, o brasileiro Robson Oliveira, de 47 anos, preso na Rússia, piorou. Ele agora será processado por um crime mais grave do que vinha sendo acusado. Deixará de responder por preparação para tráfico de drogas para ser julgado por tentativa de tráfico. Uma mudança técnica de artigo processual que prevê, na melhor das hipóteses, um aumento de cinco anos na pena mínima (de dez para 15 anos), caso seja condenado. E na pior das hipóteses, pena de 25 anos de prisão. No artigo anterior, a pena máxima prevista era de 20 anos. Com a decisão, todas as etapas da investigação terão de ser refeitas e o processo, que já havia recomeçado do zero em função da aposentadoria da antiga juíza, agora voltará para a fase anterior, de investigação em sede policial.
Na mesma sessão em que determinou esta mudança, no dia 9 de julho, a juíza O.V. Pischukova renovou a prisão preventiva de Robson até outubro deste ano. Quando chegar este dia, o motorista completará 1 ano e meio de prisão, sem que nada do que se produziu até agora seja aproveitado e sem qualquer perspectiva de liberdade.
Na avaliação da magistrada, Robson teria cumprido todas as etapas para, efetivamente, praticar o tráfico. Ele não teria somente preparado o crime, mas dado um passo a mais. Nas palavras dela, pelo que consta nos autos do processo, o motorista teria “adquirido, armazenado, transportado” a substância, e somente não concretizou o crime por “motivo independente dele”.
Essa avaliação ocorre porque não há no processo qualquer declaração, documento ou prova de que o remédio não foi comprado pelo motorista, tampouco que foi ele quem planejou levá-lo para a Rússia. O lado da história que só se sabe no Brasil, de que o medicamento era para uso do sogro do jogador Fernando, William Pereira de Faria, não aparece no processo penal.
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