MP do Rio denuncia Gabriel Monteiro por assédio sexual contra ex-assessora

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o vereador Gabriel Monteiro por assédio e importunação sexual contra sua ex-assessora, Luiza Caroline Bezerra Batista. Segundo o órgão, o político obrigava a funcionária a atuar em vídeos de cunho erótico que eram gravados na casa do ex-policial militar e em locações externas.
Luiza foi contratada em agosto do ano passado para trabalhar com a produção de conteúdo para as redes sociais de Monteiro. A assistente roteirizava e participava de vídeos que eram distribuídos nas plataformas digitais. De acordo com as denúncias, a demanda de trabalho aumentou e a funcionária passou a ter que dormir na casa do vereador, o que facilitou os episódios de assédio. As informações relatam ainda que o político passava as mãos nos seios e nas nádegas da assessora durante as gravações.
“Gabriel fazia questão de expor aos outros funcionários os atos libidinosos que praticava contra a assessora, que era vista constantemente chorando por não aguentar mais as humilhações”, afirma o MP. A Procuradoria diz que Luiza chegou a pontuar para o parlamentar que se sentia ofendida e constrangida por essas atitudes e isso lhe causava danos físicos e emocionais, mas foi ignorada.
Para o MP-RJ, Gabriel Monteiro cometeu os crimes de importunação sexual, que consiste em praticar contra alguém, sem a sua anuência, ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro e assédio sexual, que por sua vez consiste em constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, usando o agente sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Quem pratica importunação sexual pode ser punido com até cinco anos de prisão. Enquanto isso, assédio sexual pode levar à prisão por até dois anos.
A denúncia foi direcionada à Justiça pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Zona Sul e Barra da Tijuca do Núcleo Rio de Janeiro no último dia 14, mas divulgada apenas na sexta-feira (24). Por enquanto, a Justiça não se manifestou – ela pode aceitar a denúncia, transformando o vereador em réu, mandar arquivar a denúncia ou solicitar a continuidade das investigações. Essa não é a primeira denúncia contra o vereador, que já é réu em um caso que envolve uma adolescente de 15 anos.