MP vai investigar supostos evangélicos que não dão paz à Mãe Stella nem depois de morta

O Correio informa que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) vai instaurar um procedimento para apurar os diversos ato de ódio e intolerância religiosa contra Mãe Stella de Oxóssi, após a morte da líder religiosa, uma das maiores representantes do Candomblé no país.
A medida, diz a publicação, foi adotada após uma denúncia do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá ao MP-BA. Mãe Stella foi vítima de intolerância religiosa, injúria racial e homofobia em comentários no Instagram. Uma das agressões foi publicada por uma mulher identificada como Taiane Fragoso, na página do prefeito de Salvador ACM Neto, após publicação do gestor sobre a inauguração da Avenida Mãe Stella de Oxóssi.
No comentário, a mulher chama a homenagem de “absurdo” e ofende Mãe Stella. “Absurdo colocar o nome de uma avenida o nome dessa macumbeira (sic). Em vez de procurar a Deus, vai procurar fazer macumba para o mal dos outros”, afirmou.
“Será instaurado um procedimento para apuração desses atos que podem ensejar tanto a responsabilização criminal, quanto civil. Criminal, previsto no artigo 20 da Lei 7.716, que consiste em praticar, induzir ou excitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, que é o caso concreto, ou procedência nacional. Tratando de crimes desta natureza, por intermédio dos meios de comunicação ou publicação de qualquer natureza, que é o caso concreto, há uma causa de aumento no parágrafo segundo, que prevê pena de dois a cinco anos de prisão e multa”, declarou a promotora Lívia Maria Santana e Sant’Ana Vaz, coordenadora do Grupo de Atuação de Especial de Proteção de Direitos Humanos e Combate à Discriminação.