MPF vai investigar crimes na compra da Covaxin por “preço elevado” e “histórico de irregularidades” da Precisa

O Ministério Público Federal (MPF) identificou indícios de crime na compra feita pelo governo Bolsonaro das 20 milhões de doses da vacina indiana, Covaxin.
O caso, cuja apuração ocorria na área cível, será investigado na esfera criminal.
A aquisição da vacina da Bharat Biotech foi a mais célere entre as vacinas e é a mais cara delas.
O contrato intermediado pela Precisa Medicamentos totalizou R$ 1,6 bilhão.
“A omissão de atitudes corretivas da execução do contrato somada ao histórico de irregularidades que pesa sobre os sócios da empresa Precisa e ao preço elevado pago pelas doses contratadas, em comparação com as demais, torna a situação carecedora de apuração aprofundada, sob duplo aspecto cível e criminal, uma vez que, a princípio, não se justifica a temeridade do risco assumido pelo Ministério da Saúde com essa contratação, a não ser para atender a interesses divorciados do interesse público”, diz a procuradora República Luciana Loureiro em despacho.
São cinco os crimes apurador pelo MPF:
- O valor da vacina: R$ 80,70 por dose, 1000% acima do estimado pela fabricante, e quatro vezes maior que o valor unitário da AstraZeneca;
- Velocidade da negociação: 97 dias entre a negociação e a assinatura do contrato, enquanto a Pfizer demorou 330 dias;
- Intermediação da Precisa Medicamentos: empresa acusada de fraude;
- Pressão sobre servidor: um servidor técnico do Ministério da Saúde relatou ao MP ter “sofrido pressão atípica” para agilizar a importação da Covaxin;
- Dívida com o ministério: a Global Gestão em Saúde, sócia da Precisa, tem dívida de R$ 19,9 milhões com a Saúde.
Com informações do Globo.