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MPL denuncia ‘conivência da mídia com a violência física e psicológica’ da polícia

Do MPL, no Facebook:

As imagens amplamente divulgadas pelos veículos da grande mídia no protesto da última sexta feira dia 9 não correspondem à veracidade dos fatos. São imagens que expõem as vidraças quebradas de agências bancárias e os sacos de lixo queimados.

Não concordamos com a postura de alguns manifestantes, mas não é função do MPL identificar, julgar ou criminalizar quem está nas ruas, protestando contra a violência diária do transporte e suas tarifas. Buscamos fazer um ato pacífico, com começo, meio e fim.

Por este motivo decidimos o trajeto do ato de forma democrática e horizontal, através de assembleia. No entanto, não aceitamos também a omissão da grande mídia que não divulga as covardes sessões de tortura a céu aberto promovidas pela PM a qual, em mais de um momento, cercou manifestantes desarmados e isolados espancando-os coletivamente sem qualquer justificativa e sem que esses manifestantes representassem qualquer ameaça.

Responsibilizamos também o Comando da PM e a Secretaria de Segurança Pública que parecem concordar com esse tipo de prática realizada pela corporação cujo resultado todos nós conhecemos.

Não por acaso, quase todos os manifestantes presos ilegalmente para averiguação foram soltos sem qualquer acusação. Além disso, a ação de bombardear 30 mil pessoas com armas químicas é digna de uma corporação que enxerga os habitantes que deveria a proteger como inimigos.

Esses fatos não receberam qualquer atenção da grande mídia a qual decidiu criticar deliberadamente a postura do MPL de colocar-se ao lado da população que está nas ruas e diminuir de maneira grosseira o número de pessoas nas ruas, como tem sido a sua prática em relação a qualquer manifestação de origem popular.

Somam-se a isso os editoriais da Folha e do Estado, os quais estimulam a necessidade de uma ação ainda mais contundente da PM para a manifestação que começará em instantes, como se as fraturas expostas, facadas, estilhaços, braços quebrados e desmaios da sexta-feira passada já não tivessem se demonstrado abusivos, desproporcionais e truculentos o bastante para essa luta contra a tarifa.

Com essa postura, fica cada vez mais fácil que qualquer um que se oponha às manifestações da população tome ações para legitimar a repressão policial que tenta desmobilizar o povo em luta. Basta que alguém vá ao ato e atire uma pedra para que o Estado tenha um pretexto parar reprmir indiscriminadamente e violentamente todas as milhares de pessoas que participam da manifestação.

Responsabilizamos a PM pela falta de segurança que sentimos nas manifestações e denunciamos a conivência da mídia com a violência física e psicológica que a polícia tem promovido contra a população.

Essa postura impulsiona e tenta legitimar a violência da polícia.

Novamente iremos hoje para as ruas, de forma pacífica, lutar por um transporte que não exclua os de baixo com sua tarifa. Se querem calar a luta popular com a repressão policial, nossa resposta será continuar nas ruas até a tarifa cair.

Contra a Tarifa! Agora é de R$3,00 para baixo até zerar!

Por uma vida sem catracas!

Movimento Passe Livre São Paulo, 16 de janeiro de 2015