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Muambeiro: ex-assessor de Flávio Bolsonaro vendia bijuterias, roupas e carros usados

Reportagem de Ana Luiza Albuquerque, Italo Nogueira e Camila Mattoso na Folha de S.Paulo informa que, amigo da família Bolsonaro há mais de 30 anos, o subtenente Fabrício José Carlos de Queiroz, 53, vivia um momento de virada em sua vida no fim de novembro. Ele finalmente conseguira concluir o processo de aposentadoria da Polícia Militar. No mês anterior, fechou a compra de um apartamento financiado na Taquara, zona oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com a publicação, a maré virou neste início de dezembro, quando foi divulgado relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) apontando uma movimentação atípica de sua conta no banco Itaú de R$ 1,2 milhão —a informação soma entradas e saídas. Desde então, Queiroz permanece em paradeiro desconhecido. Tem recebido a orientação de um advogado e um contador para preparar seu depoimento no Ministério Público do Rio. Queiroz estava nomeado no gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) desde 2007. É descrito como um homem comunicativo, que gosta de contar piadas.

Enquanto aguarda a conclusão da construção de seu apartamento, Queiroz vive numa casa localizada numa vila pacata também na Taquara. Ninguém respondeu às batidas na porta. No muro, um adesivo rasgado de Bolsonaro e de um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC). A cerca de 3,5 km, ou 15 minutos de carro, fica o terreno onde a empresa Novo Engenho está construindo um prédio no qual Queiroz adquiriu um imóvel. Em novembro deste ano, o ex-assessor comprou o apartamento por R$ 357 mil, 80% financiado pela Caixa Econômica Federal. Pessoas próximas a Flávio Bolsonaro afirmam que o policial militar era mais do que um motorista ou segurança. Participava ativamente das agendas políticas do patrão, indicando locais onde poderia fazer campanha. Eles também relatam que Queiroz mantinha atividades paralelas à do gabinete da Assembleia. Comprava e vendia bijuterias, roupas e acessórios supostamente importados. Também negociava carros usados. A informação foi revelada pelo jornal O Dia e confirmada pela Folha, completa o jornal.

Bolsonaro e o amigo de 34 anos Fabrício Queiroz na pescaria