“Muita gente não desejava sair do poder”, diz Múcio sobre adesão de almirante ao golpe

O ministro da Defesa, José Múcio, disse nesta sexta-feira (22) que percebeu que ‘muita gente desejava não largar o poder’ durante a transição entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A declaração ocorreu após o ministro ser questionado sobre a postura do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos. “Não sei se ele tinha aspirações golpistas, mas a gente via, os jornais falavam. Era outro governo, outros comandantes, outro presidente da República. Na verdade, a gente percebia que muita gente não desejava sair do poder, largar o poder. Mas no dia 1º de janeiro, as Forças Armadas garantiram a posse do presidente e nós fomos vivendo a nossa plenitude democrática”, afirmou Múcio.
O tenente-coronel Mauro Cid revelou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), que o ex-comandante da Marinha manifestou apoio ao plano golpista em conversas com Bolsonaro, embora o Alto Comando das Forças Armadas não tenha aderido à proposta.
Múcio ainda afirmou que não foi recebido por Garnier após a derrota do ex-presidente nas eleições presidenciais. “Ele não me recebeu, eu percebia. Os outros comandantes me receberam”, disse.