Mulher com síndrome de Asperger é expulsa de sala de cinema por rir alto
Do O Globo:
O Instituto de Cinema Britânico (BFI, na sigla em inglês) pediu desculpas após funcionários expulsarem de uma sala de cinema uma mulher com síndrome de Asperger, uma forma de autismo. Testemunhas do episódio consideraram que a medida tomada contra a artista e animadora Tamsin Parker, de 25 anos, foi “nojenta” e “intolerante”.
Acompanhada por dois amigos, Tamsin assistia em um cinema em Londres o seu filme preferido — o western spaghetti “O bom, o mau e o feio” (1966), do italiano Sergio Leone. Ela foi convidada a sair da sessão porque estava rindo muito alto.
— Minha filha disse: “sou autista”, e um homem respondeu: “você é retardada” — conta a diretora de teatro Lydia Parker, mãe de Tamsin. — Outro homem, que a chamou de cadela, também foi expulso da sala, mas só depois dela sair. Ela foi totalmente humilhada e isso acabou com o seu aniversário.
Em um comunicado, o BFI reconheceu que havia errado em uma “situação desafiadora e complexa”: “Estamos levando essa situação muito a sério e, na manhã de hoje (segunda-feira), investigamos mais (…) Podemos e devemos nos adequar melhor a todas as necessidades de nossos clientes, e tomaremos providências para implementar mudanças como o treinamento de funcionários”.
(…)
Lloyd Shepherd, que estava na mesma sessão de Tamsi, condena a expulsão da artista da sala. Segundo ele, algumas pessoas aplaudiram sua remoção, mas a maioria revoltou-se com a atitude, e vários deixaram a exibição em protesto.
— Ela estava rindo muito alto, mas em momentos que eram engraçados. Algumas pessoas reclamaram. Ela foi arrastada para fora e gritava: “Sinto muito, tenho Asperger”. Estava bastante chateada — conta. — Estou tremendo de raiva. Se houvesse um pouco de empatia, tudo daria certo. Foi intolerância nua e crua.