Mulher de coronel divulgava conversas pessoais grampeadas pelo marido no Mato Grosso

Do Mídia News
Alvo de interceptações telefônicas ilegais operadas por membros da Polícia Militar, a deputada estadual Janaina Riva (PMDB) disse que irá pedir ao desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, para ser interrogada sobre fatos relacionados ao esquema.
Ao MidiaNews, a deputada disse ter informações a respeito de ações que seriam feitas pela personal trainner Helen Christy Lesco, detida na manhã desta quarta (27) junto com seu marido, o coronel Evandro Lesco, ex-chefe da Casa Militar.
Janaina acusou Helen de espalhar na “alta sociedade” conversas privadas, que eram alvo de grampos, para prejudicar pessoalmente e politicamente a oposição.
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A parlamentar disse que foi alvo dessa estratégia, em uma conversa que teve, no celular, relacionada a questões íntimas e de relacionamento.
“Ela era a pessoa responsável por passar informações dos grampos às pessoas da alta sociedade, mulheres ligadas a políticos e ao Governo. Já existia na cidade um burburinho de que ela divulgava as conversas que seu marido ouvia. E os que se dizem da alta sociedade, aqueles que se acham maiores do que todos aqui de Cuiabá, usavam essas informações inclusive para me prejudicar”, disse.
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Helen Christy Lesco é apontada como uma das pessoas que cooptou e coagiu o tenente-coronel José Henrique Costa Soares.
Ela, o marido Lesco, e o major Michel Ferronato, segundo a Polícia Civil, queriam que Soares ajudasse o grupo a atrapalhar as investigações que apuram o esquema de interceptações clandestinas no Estado.
A coação foi revelada pelo tenente-coronel em depoimento prestado no último dia 16 de setembro, à delegada Ana Cristina Feldner.
Trechos do depoimento foram citados na decisão do desembargador Orlando Perri, que resultou na deflagração da Operação Esdras, na manhã desta quarta-feira (27). O trio suspeito da cooptação foi preso.
Já Samira Martins aparece por ter uma “relação estreitíssima” com Helen. Além disso, o tenente-coronel Soares também revelou que ela o abordou e disse: “Você é amigo do Lesco, né? A gente sabe o que você fez?”.
Perri negou prisão da ex-primeira-dama por não ver indícios suficientes que pudessem provar a sua participação na organização criminosa.