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Mulher processa petrolíferas após mãe morrer de calor

Misti Leon (esq.) e a mãe, Juliana, em 2016 – Foto: Reprodução

Misti Leon entrou com uma ação de homicídio por negligência contra sete grandes empresas de petróleo e gás, incluindo ExxonMobil, Chevron, Shell e BP, após a morte de sua mãe, Juliana Leon, durante uma onda de calor em Seattle em 28 de junho de 2021. Naquele dia, a cidade registrou 42 °C, a temperatura mais alta de sua história. Juliana, de 65 anos, foi encontrada inconsciente em seu carro e morreu por hipertermia. A filha alega que a crise climática provocada pela queima de combustíveis fósseis contribuiu diretamente.

Na ação judicial, Misti acusa as empresas de terem conhecimento há décadas dos impactos ambientais de seus produtos, mas mesmo assim promoverem uma economia dependente de combustíveis fósseis. O processo aponta que essas corporações alimentaram campanhas de desinformação e omitiram dados sobre os efeitos do aquecimento global.

Especialistas avaliam que o caso pode abrir precedente jurídico inédito. Se a ação for bem-sucedida, poderá inspirar novas ações semelhantes e fortalecer a tese de responsabilização civil e até criminal de empresas por danos climáticos.