Mulher que hostilizou Butler se propôs a defender “igualdade entre os gêneros” quando foi candidata em 2012, diz revista

Celene

Da Veja:

Nascida em 1965, em São Lourenço, cidade com cerca de 50 mil habitantes em Minas Gerais,Celene Salomão de Carvalho disse ser uma anticomunista de carteirinha desde os 15 anos, muito por causa do pai, Célio Martins de Carvalho, um mineiro do ramo hoteleiro. “Estive nos países comunistas com meu pai. Ele disse um dia para mim: ‘minha filha, você vai fazer 15 anos, vamos lá para você ver que esse troço não funciona.’ Então, eu tenho essa turma comunista, socialista, atravessada na garganta desde os 15 anos”, afirmou.

Apesar de morar em São Paulo, Celene foi candidata à Prefeitura de São Lourenço nas eleições de 2012 – pelo PSOL, uma legenda identificada com o discurso de esquerda. Questionada se não achava incoerente a candidatura por um partido com um discurso oposto ao seu, Celene afirmou que era a única alternativa na época e disse ter combinado com o então presidente da sigla, Plínio de Arruda Sampaio, morto em 2014, que deixaria a legenda se fosse eleita.

“Não tinha partido nenhum mais. Estavam todos ou coligados ou vendidos. O PSOL não tinha nada a ver comigo. Mas conversei com Plínio, disse que não concordava com nada do PSOL. Mas disse que precisava de um partido para me candidatar”, contou Celene. “Se acontecesse um milagre e eu fosse eleita, prometi sair da sigla. E ele aceitou.”

VEJA foi até a Justiça Eleitoral teve acesso ao programa de governo apresentado por Celene em 2012, no qual a tradutora propunha “promover a inclusão social e a igualdade entre os gêneros, raças e etnias, e o respeito à diversidade sexual”. Questionada sobre se tinha mudado de opinião, a tradutora se espantou: “Olha… Isso aí é novidade para mim”, disse. E emendou depois de um tempo: “Tem que olhar lá com calma, porque tem coisas que você não pode sair muito da linha do partido. Pode ser por isso que isso esteja aí.”

O desempenho eleitoral dela foi bem modesto: apenas 370 votos ou 1,5% do total, o que lhe rendeu a última posição entre quatro candidatos à prefeitura.

Erika K Nakamura

Erika K. Nakamura, 36 anos, advogada de formação, abraçou a fotografia e o jornalismo por paixão. Com seu iPhone 5 capta imagens originais e surpreendentes dos lugares pelos quais passa. É uma leitora sedenta de livros sobre a história da Inglaterra -- e também dona do coração do jornalista Paulo Nogueira.

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