Na Flip, poeta declama versos de Michel Temer e diz: ‘Poema bem ruim’
Do g1:
Versos do presidente em exercício, Michel Temer, foram lidos e criticados na primeira mesa da 14ª Festa Literária de Paraty (Flip), que abre o segundo dia de programação nesta quinta-feira (30).
O debate reúne três jovens poetas, Annita Costa Malufe, Laura Liuzzi e Marília Garcia, descritas como como “herdeiras de Ana Cristina Cesar”, em referência à homenageada desta edição. O encontro se chama “A teus pés”, nome de um livro lançado por Ana C, como era conhecida, em 1982. as e reúne
Logo no início, após a primeira pergunta da mesa, sobre a influência de Ana Cristina Cesar na poesia brasileira, Laura Liuzzi pediu licença: “Antes de responder, queria só cometer um pequeno desvio, porque é uma mesa de poesia e acho que isso poderia faltar, mas não quero que falte”.
Em seguida, explicou: “Vou ler um poema que não é meu, não é das meninas e não é da Ana”. Sem mencionar o autor da obra, leu os seguintes versos:
“Por que não paro?
Por que prossigo?
Por que insisto?
Por que lamento?
Por que reclamo?
Por que ajo?
Por que me omito?
Por que desabo?
Por que levanto?
Por que indago?
Por que questiono?
Por que respondo?
Por que este infindável
Por que?”
Terminada a declamação, Laura afirmou: “Acho que vocês devem ter notado que é um poema bem ruim, ele é do nosso presidente interino, Michel Temer.” Trata-se do poema “Por quê?”, que está no livro “Anônima intimidade” (Topbooks).
A autora citou que “falta muita poesia” aos versos que tinha acabado de ler. “A legitimidade dele como poeta é diretamente proporcional à legitimidade dele como presidente”, completou. Sob aplausos, concluiu: “Agora a gente fala de coisas boas”.
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