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Na ONU, Ernesto Araújo não cita China sobre acordo com Butantan e detona multilateralismo

Da coluna de Jamil Chade

Ernesto Araújo

O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, usou um evento extraordinário da ONU para tratar da crise da covid-19 para criticar a OMS, questionar o multilateralismo e para defender alguns de seus mantras da diplomacia do atual governo, principalmente a soberania nacional. Mas ele ainda omitiu de seu discurso o parceiro com o qual o Instituto Butantan fechou um acordo para a produção de vacinas, citando apenas “laboratórios estrangeiros”.

O evento virtual contou com mais de 90 presidentes e primeiros-ministros. A meta era a de garantir um compromisso amplo sobre como dar uma resposta global à crise. Mas o presidente Jair Bolsonaro optou por não participar. Araújo, pelo protocolo, ficou para o final da fila, sendo um dos últimos a discursar e quando já era o início da noite em Nova Iorque.

Em seu discurso, o chanceler fez questão de romper um tom de apoio ao multilateralismo adotado pelos demais governos e deixar claro que foram governos nacionais quem deram uma resposta à crise. Sua linha segue sua insistência da defesa da soberania nacional.

Falando no epicentro do multilateralismo, o chanceler fez questão de criticar o princípio que guia a ONU. Para ele, a crise deve ser enfrentada “por nações individuais, agindo de forma coordenada”. (…)