“Não podemos tratar o presidente da República de forma grosseira”, diz Aras
Do Globo

O procurador-geral da República, Augusto Aras, negou nesta terça-feira que esteja protegendo o presidente Jair Bolsonaro em casos que envolvem a PGR. Segundo Aras, a Constituição garante um tratamento diferenciado ao chefe do Executivo. Hoje há no Supremo Tribunal Federal (STF) duas ações que envolvem apoiadores do presidente e uma que mira o próprio Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro.
– É preciso uma lembrança. Nós não podemos tratar o presidente da República de uma forma grosseira porque a Constituição dá a ele um tratamento peculiar. Isso gera uma série de consequência. Não se trata de proteção, é o modelo da Constituição – disse Aras ao justificar porque Jair Bolsonaro não é alvo da investigação que apura a realização de atos antidemocráticos.
O presidente chegou a participar de uma manifestação em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, em abril, com pessoas que pediam a intervenção militar. Após o ato, a PGR abriu uma investigação sobre organização desse e de outros eventos similares, mas Aras deixou o presidente fora do rol de investigados.
– Nós não podemos começar uma investigação pelo chefe de poder, chefe de Estado, quando sua Excelência, aparentemente, compareceu a um ato que outras autoridades compareceram – justificou o procurador-geral. (…)