Apoie o DCM

Nassif: O caso da falsa herdeira do banqueiro suíço

 

 

Do GGN:

A imprensa se esbaldou com uma verdadeira história de princesa com pitadas políticas. Roberta Luchsinger, neta de um banqueiro suíço, sócio do Credit Suisse, um dos maiores bancos do planeta, decidiu doar R$ 500 mil a Lula, para compensá-lo do bloqueio imposto por Sérgio Moro.

Imediatamente o juiz Felipe Albertini Nani Viaro, da 26ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, exercitando uma militância política indevida, exigiu que a socialite pagasse, antes, uma dívida com um marceneiro.

Nem foi preciso esse bate-bumbo do juiz. A história da socialite correu o Brasil.

Época a descreveu como neta do banqueiro suíço Peter Paul Arnold Luchsinger. Veja a tratou como uma bilionária excêntrica, nascida em Miraí, a cidade imortalizada pelo samba “A professorinha”, de Ataulfo Alves.  A Folha teceu loas à herdeira bilionária que recheou uma mala da marca Rimowa de objetos que o ex-presidente poderá transformar em dinheiro.

Apesar da quase homonímia com o banqueiro suíço, se parente for, seu avô é distante, com as raízes fixadas no Brasil no século 19. Provavelmente o primo suíço não deve ter a menor ideia sobre o lado brasileiro.

A família Luchsinger

Segundo os registros de um dos membros da família, que levantou uma genealogia meticulosa, os  Luchsinger ou Luxinger são oriundos da região de Cantão de Glarus, distrito de Engi na Suiça.

Embarcaram no porto de Hamburgo em 1855 no navio América com destino à Fazenda Nova Olinda, em Ubatuba. Eram 109 pessoas, das quais 38 foram transferidas para o Espírito Santo.

Parte da família radicou-se no Rio Grande do Sul, com alguns descendentes fundando o Adubos Trevo, de saudosa memória.

A árvore de Roberta fixou-se no Rio de Janeiro, através do avô Roberto Pedro Paulo, uma pessoa de classe média, que se casou com Cecília, um dos sete filhos do outrora poderoso coronel Afonso Alves Pereira, de Miraí, que aumentou sua fortuna casando-se com Maria Dinah Sarmento, filha do industrial Severiano de Morais Sarmento.

Cecília e Roberto Pedro Paulo tiveram dois filhos.

A filha Bárbara, tia de Roberta, casou-se com um bem-sucedido financista, Roger Ian Wright, sócio do Banco Garantia. Faleceu tragicamente no acidente da TAM. A mãe de Bárbara não resistiu à tragédia e morreu dias depois. Anos depois, o próprio Roger morreu em um acidente trágico de avião em Troncoso, Bahia, no qual morreu toda a família do segundo casamento, mais o filho Felipe, do primeiro. Pode ser que os gastos de Roberta sejam bancados pela herança da tia Barbara, cuja procuração foi-lhe passada pelo avô.

(…)