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Nenhum PM da Rota usava bodycam na ação que matou mecânico negro em SP

O mecânico Alex dos Santos Silva. Foto: Reprodução

Nenhum dos PMs da Rota que participaram da ação em que o mecânico Alex dos Santos Silva, de 29 anos, foi morto usava bodycam no momento dos disparos, conforme informações do Metrópoles. O caso aconteceu no último dia 24, no Grajaú, zona sul de São Paulo, em uma rua escura e deserta.

A ausência das câmeras deixa como única versão oficial a registrada no boletim de ocorrência (B.O.), feito por um policial que não estava presente na abordagem, mas que integra o mesmo batalhão dos autores dos tiros.

De acordo com o B.O., Alex teria apontado um revólver calibre .38 em direção aos policiais, o que levou três deles a atirarem de dentro da viatura. O mecânico foi atingido no tórax e no braço esquerdo e chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu. Os agentes afirmaram ainda ter encontrado no carro uma mochila com “aparente maconha”, sem detalhar quantidade ou tipo de embalagem.

A esposa da vítima, Eliana Barbara da Silva Souza, contesta a versão da PM. “Isso é o que eles falam, que estava com uma arma e uma mochila com drogas, eles sempre falam isso. É claro que não, ele não tem arma, não usa isso, a polícia plantou essa arma lá”, disse. Segundo ela, Alex não tinha envolvimento com crimes e trabalhava como mecânico em uma oficina da região.