Nestlé do Brasil corta vale-alimentação dos funcionários no ápice da pandemia
De Rogério Pacheco Jordão no Swissinfo.ch.
A multinacional suíça está celebrando 100 anos no Brasil, mas seus trabalhadores enfrentam cortes nos vales de alimentação em meio ao aumento dos preços dos produtos alimentícios causado em parte pela pandemia.
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Após um século de negócios no Brasil – o quinto maior mercado da Nestlé com CHF 2,79 bilhões (US$ 2,94 bilhões) em vendas em 2020 – o fabricante suíço de alimentos enfrenta o descontentamento dos sindicatos.
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Na fábrica de chocolate em Vila Velha (uma de suas 31 unidades brasileiras) no estado do Espírito Santo, a empresa planeja reduzir pela metade os benefícios dos tickets-alimentação de R$ 680 (115 CHF) para R$ 350 (59 CHF) – tendo já reduzido a participação nos lucros repassados aos trabalhadores. A fábrica produz a tradicional e popular marca de chocolates Garoto, adquirida pela Nestlé em 2001 e que tornou a gigante suíça líder no mercado de chocolate no Brasil na época.
“Que isto devesse acontecer durante a situação da pandemia de Covid-19 é realmente ultrajante. Resistiremos e até mesmo entraremos em greve, se necessário”, diz Linda Morais, a presidente do sindicato local.
A decisão de cortar os benefícios alimentares foi comunicada em janeiro, mas rejeitada pelos funcionários da fábrica. O anúncio veio em um momento de ótimos resultados para a Nestlé no Brasil: as vendas de 2020 aumentaram 5,7% em comparação com 2019 (em reais), de acordo com o último relatório anual da empresa.
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