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Netflix, Amazon e Sky investem em séries para passar à frente de emissoras de TV

Um novo empreendimento surge da obscuridade para se tornar um artigo presente em lares mundo afora, distribuindo um produto altamente viciante – as séries transmitidas na internet pelo sistema de streaming. A Netflix domina esse mercado ainda incipiente, mas já começa a ganhar concorrência de peso da Amazon, da Sky e da Microsoft.

A Netflix tem uma clientela de 44 milhões de pessoas. Boa parte desse sucesso se deve à série House of Cards, estrelada por Kevin Spacey, que retrata o cotidiano inescrupuloso dos corredores da política em Washington, a capital americana.

A nova aposta da Netflix é a série Narco, que vai contar a vida do traficante colombiano Pablo Escolar e será protagonizada Clique Wagner Moura e dirigida por José Padilha.
A questão é se a empresa americana seguirá acumulando poder e fama ou se esse sucesso vai terminar de forma abrupta, como a vida do narcotraficante que inspira sua nova aposta na dramaturgia.

Isso porque quando Narco estiver disponível no ano que vem, a Netflix não estará mais sozinha (ou quase sozinha, como hoje). O mercado de séries exclusivas para streaming deverá estar bem mais aquecido, com crescente concorrência.

Nos próximos meses, a Microsoft deve lançar duas novas série de ficção científica, Halo e Humans, em seu serviço de Xbox Live.

A Sony está produzindo o drama sobrenatural Powers, uma série sobre detetives que investigam pessoas com habilidades sobrenaturais.

E a Amazon, com seu programa Instant Video, investiu em séries diversas, entre elas The After, um drama pós-apocalíptico realizado pelo criador do Arquivo X, Chris Carter.

Não é coincidência que muitos desses programas possuem tramas complexas que se estendem ao longo de várias temporadas em vez de formatos mais cursos preferidos por muitas emissoras de TV.

“O que nossos usuários mais amam assistir, e nós nos concentramos nisso em nossas próprias séries, são histórias altamente serializadas”, afirma Joris Evers, porta-voz da Netflix para a Europa.

“Gostamos do tipo de série que possui um prazo de tempo mais longo, com múltiplos episódios e múltiplas temporadas. Você segue uma trama em vez de um episódio, como nas sériessérie policiais, onde alguém é morto nos primeiros 10 minutos e dentro de uma hora você descobre quem cometeu o crime e se ele ou ela serão ou não punidos.”

Por meio da análise de algoritmos, os diferentes serviços de streaming esperam conseguir passar à frente de emissoras de TV, oferecendo aos espectadores séries que em tese também seriam do seu agrado.

“O crucial é ‘fragmentar’ a audiência, de modo que se você estiver assistindo Game of Thrones, você pode perceber que Banshee ou The Walking Dead, que são relevantes para o mesmo tipo de audiência, também estão disponíveis”, afirma Gideon Katz, diretor da Now TV, da Sky.

E quanto mais você assiste, melhores se tornam as sugestões do software.

“Na Netflix nós sabemos o que uma pessoa está assistindo neste momento, o que assistiram antes e o que assistirão em seguida, o quanto de um programa elas assistiram, com que frequência elas asistem um episódio seguido de outro ou se elas abandonam o episódio depois de cinco minutos”, diz Joris Evers, o representante da Netflix na Europa.

Saiba Mais: bbc