New York Times denuncia “colapso previsto” da saúde no Brasil

Neste sábado (27), o jornal americano New York Times denunciou o “colapso previsto” da saúde no Brasil.
O texto de Ernesto Londoño e Letícia Casado lembra que o país tem 300 mil mortos pela covid-19 e lembra da gestão disfuncional da pandemia:
“Após mais de um ano de pandemia, as mortes no Brasil estão no auge e variantes altamente contagiosas do coronavírus estão varrendo o país, possibilitadas por disfunções políticas, complacência generalizada e teorias da conspiração”.
A dupla ainda lembra das sabotagens do governo federal às medidas restritivas e às vacinas e afirma que isso acaba com a “reputação” de um país que outrora foi exemplo na saúde:
“O colapso é um fracasso total para um país que, nas últimas décadas, foi um modelo para outras nações em desenvolvimento, com a reputação de apresentar soluções ágeis e criativas para crises médicas, incluindo um aumento nas infecções por HIV e o surto de Zika”.
Para eles, o colapso era previsto diante deste cenário, que contou ainda com a promoção de “drogas ineficazes e potencialmente perigosas para tratar a doença”.
“No ano passado, o governo de Bolsonaro rejeitou a oferta da Pfizer de dezenas de milhões de doses de sua vacina Covid-19. Mais tarde, o presidente comemorou contratempos nos testes clínicos da CoronaVac, a vacina chinesa da qual o Brasil passou a depender em grande parte, e brincou que as empresas farmacêuticas não seriam responsabilizadas se pessoas que recebessem vacinas recém-desenvolvidas se transformassem em crocodilos”.