New York Times: resposta caótica do governo ao coronavírus minou a capacidade do país de lidar com crise
De Ernesto Londoño, Manuela Andreoni e
Bancos lotados. Carros de metrô acelerados. Ônibus cheios de fervorosos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, indo para caravanas que pedem aos brasileiros que deixem de lado as orientações para ficar em casa de prefeitos e governadores e, em vez disso, sigam a ordem do presidente para voltar ao trabalho.
Cenas como essas são um reflexo da resposta contraditória e caótica do Brasil à pandemia de coronavírus, que estava em exposição flagrante na sexta-feira quando o ministro da Saúde renunciou – apenas algumas semanas após seu antecessor ter sido demitido abruptamente depois de embates com Bolsonaro.
A confusão nacional ajudou a alimentar a propagação da doença e contribuiu para tornar o Brasil um centro emergente da pandemia, com uma taxa de mortalidade diária perdendo apenas para a dos Estados Unidos.
Especialistas em saúde pública dizem que a abordagem desordenada saturou ainda mais unidades de terapia intensiva e necrotérios e contribuiu para a morte de dezenas de profissionais médicos, à medida que a maior economia da América Latina mergulha no que pode ser a recessão mais acentuada da história.
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