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Ney Matogrosso diz ter anulado em 2018 e não saber se vota em Lula em 2022 contra Bolsonaro

Ney Matogrosso. Foto: Wikimedia Commons

Maria Fortuna entrevistou Ney Matogrosso no jornal O Globo.

Quando você surgiu, apanhava da esquerda e da direita…

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Eu achava, ingenuamente, que a esquerda entenderia o serviço que eu estava prestando. Eu não tinha nenhum dom para pegar em armas, mas sabia que podia mexer com alguma coisa… E mexi. Tenho consciência de que mexi. Eu fui o pé na porta, não é isso? E sem pretensão de nada. O que eu queria era o direito de me expressar com liberdade. Não queria, como diz a música do Caetano, organizar o movimento. Eu só queria existir.

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Houve, então, uma decepção com a esquerda…

Não. Eu disse assim: “Ah, é? Não estão entendendo? Então, tchau, otários”. E foi o bloco do eu sozinho até que, com o passar do tempo, comecei a não estar mais sozinho.

Hoje você se sente representado por alguma linha política?

Não, nenhuma.

Você declarou ter votado em Ciro Gomes em 2018. E no segundo turno?

Anulei o meu voto. Votei no Lula todas as vezes em que ele se candidatou, menos na última eleição.

Se arrepende?

De ter anulado? Eu não. Qual era a minha opção?

Se a eleição fosse hoje, entre Lula e Bolsonaro, voltaria a votar no petista?

Não sei, também me pergunto. Corre até o risco. Mas eu preferiria o Ciro. Falam do temperamento dele… Porra, prefiro mil vezes o temperamento do Ciro que o do outro (Bolsonaro). Pelo menos, Ciro é um homem preparado, intelectual, inteligente. Achei que erraram (a esquerda) quando não o apoiaram o Ciro. No segundo turno, ele venceria o Bolsonaro. Como não se juntaram para não deixar Bolsonaro ganhar? É um erro imperdoável”.