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“Ninguém leva o filho ao hospital para morrer”, diz pai de Benício, vítima de erro médico

Benício Xavier, de 6 anos. Imagem: reprodução

Benício Xavier, de 6 anos, morreu após receber uma dose incorreta de adrenalina na veia no Hospital Santa Júlia, em Manaus. Com tosse e febre, ele foi atendido com suspeita de laringite. A médica Juliana Brasil Santos prescreveu adrenalina pura por via intravenosa, em vez da inalação, que é o padrão para o caso. “Nenhum pai leva seu filho para um hospital para morrer. Ainda mais da forma que o Benício morreu”, disse o pai, Bruno Mello.

A técnica de enfermagem Raíza Bentes administrou a medicação conforme a prescrição, mas afirma que “nunca fez na veia”. Após a aplicação, o menino reclamou de dor no coração e teve seis paradas cardíacas. Em mensagens, a médica admitiu: “Eu que errei na prescrição”. O delegado Marcelo Martins afirma que se trata de um homicídio, destacando a falta da dupla checagem.

A defesa da médica alega que o sistema eletrônico trocou a via de administração sem sua ação, versão negada pelo superintendente de TI do hospital. O Conselho Regional de Farmácia aponta a ausência do farmacêutico, que poderia ter identificado a superdose. A polícia investiga falhas na intubação e no protocolo.