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Nomes do esporte se dizem preocupados com fim do ministério

Fachada do Ministério do Esporte, em Brasília. Foto: Roberto Castro/Ministério do Esporte

Do Globo

A provável fusão do Ministério do Esporte à Educação e Cultura no governo de Jair Bolsonaro ligou o alerta no mundo esportivo. Ex-atletas, representantes de entidades civis e dirigentes afirmam estar mais preocupados com a forma como o setor será conduzido a partir do ano que vem do que com a extinção ou não da pasta.

Diretora da organização Atletas pelo Brasil, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser acredita que se a pauta for “esporte para todos”, algo que ainda não está implementado no país, não importa o ministério ao qual a área estará vinculada. Para Ana, o esporte precisa de um programa de estado sólido, como acontece na saúde, na educação e na cultura.

— O que menos importa é onde o esporte estará, desde que haja a garantia da sua relevância — diz Ana, que reconhece que um ministério imputa mais relevância do que uma secretaria na briga pela manutenção de leis de incentivo, por exemplo.

Ana chama a atenção para o risco de um eventual discurso simplista ao associar esporte à educação apenas por causa do âmbito escolar. A ex-atleta também faz uma autocrítica de classe, que não trabalhou o suficiente para criar um plano nacional para o setor:

— Não há uma estrutura geral. O que temos é um sistema federativo de clubes, federações e confederações. Isso envolve uma parcela ínfima de dezenas de milhares dentro de uma população de 200 milhões de pessoas.

Presidente da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o ex-judoca Tiago Camilo faz coro a Ana Moser. Para ele, a discussão é mais ampla do que sob o comando de qual ministério a área estará.

— Sediamos Jogos Olímpicos e perdemos a oportunidade de nos desenvolvermos como nação esportiva. Talvez seja a hora de colocarmos as cartas na mesa e discutirmos qual caminho tomaremos.

(…)