Apoie o DCM

Nos EUA, teoria conspiratória do QAnon separa famílias

Da BBC:

QAnon. Foto: Wikimedia Commons

(…) Ao mesmo tempo em que a covid-19 se espalhava pelo mundo, a mãe de Louise começou a duvidar da gravidade da doença: se rebelou contra o uso de máscaras e o lockdown e passou a procurar por fontes na internet que reforçassem suas crenças. Se orgulhosa em gastar entre cinco e 10 horas diárias nessa busca.

Submergiu em fóruns de teorias conspiratórias, como QAnon — que propala a tese extremista e sem fundamento de que Donald Trump estaria travando uma guerra secreta contra pedófilos adoradores de Satanás do alto escalão do governo, do mundo empresarial e da imprensa.

(…) A história de Louise tem se repetido nos últimos meses em milhares de lares nos Estados Unidos e no Canadá. As crises familiares envolvendo pais, irmãos ou companheiros adeptos fervorosos do QAnon são o ápice de um processo que vem se desenrolando em menor grau em outros países ocidentais, como o Brasil, em que as trocas de conteúdos falsos e divergências políticas afastam parentes e amigos.

E embora não existam pesquisas sobre o rompimento das famílias nos EUA, alguns indicadores servem como métrica. Na rede Reddit, um grupo batizado de “Baixas do QAnon” foi criado em julho de 2019 com o objetivo de ser um espaço em que familiares compartilhem as experiências e ofereçam conforto e dicas para quem está na exata situação de Louise. Até junho de 2020, o fórum tinha apenas 3,5 mil membros, mas agora são 132 mil deles e centenas de milhares de relatos de ruptura e dor.

(…)