Novela com política e aborto é negada e provoca saída de Gloria Perez da Globo

Uma trama tida como confusa, que incluiria tanto a temática do aborto quanto um enredo político envolvendo um senador, provocou o fim de Gloria Perez do quadro fixo de escritores da Globo.

A emissora, que a princípio pediu mudanças pontuais para contornar os temas espinhosos, avaliou que parte da novela seria exibida em 2026 — ano eleitoral — o que contrariaria sua política de evitar assuntos políticos nesses períodos. Diante de todas as dificuldades, optou-se por não seguir adiante com o projeto nem com seu contrato regular.

De acordo com profissionais da Globo, a novela criada por Gloria não trazia um núcleo de humor popular — algo habitual em suas histórias — e era considerada até mais confusa do que “Travessia” (2022), trabalho recente da autora que enfrentou problemas de audiência. Apesar de haver a possibilidade de ajustes, diretores relataram que a narrativa seguia inapropriada para os padrões da emissora, tanto pelo enredo quanto pela época prevista de exibição.

Sem esse novo folhetim aprovado, Gloria Perez e a Globo acertaram a suspensão de seu contrato fixo, embora ela possa voltar a escrever para a emissora futuramente. A autora acumula sucessos como “O Clone” (2001), “América” (2005) e “A Força do Querer” (2017). Já a faixa das nove, que receberia a trama de Gloria, terá “Vale Tudo” e, na sequência, “Três Graças”, de Aguinaldo Silva, e um novo projeto de Walcyr Carrasco.

A carreira de Gloria Perez na Globo começou inicialmente em 1979, com uma passagem marcante ao lado de Janete Clair, e retornou em 1990. No período, ela assinou obras emblemáticas que conquistaram grandes índices de audiência e repercussão. Seu último trabalho foi “Travessia”, considerada um dos fracassos de audiência da emissora no horário das nove. As informações são de Gabriel Vaquer, da Folha de S. Paulo.

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