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Novo pode barrar candidatura de quem não se opor a Bolsonaro

Marcel van Hattem, o deputado mais bolsonarista do Novo, ao lado do presidente
Marcel Van Hattem (Novo) e Jair Bolsonaro

Militantes do partido Novo enviaram um ofício ao diretório nacional cobrando que os candidatos que não se opuserem a Bolsonaro sejam barrados.

Cerca de 100 liberais cobraram a medida do partido, que se oficializou como oposição ao governo, segundo a coluna Painel na Folha.

A ideia é não acolher candidatos que se alinhem e algumas pautas bolsonaristas.

Na votação da PEC do voto impresso, por exemplo, cinco dos oito deputado votaram a favor da pauta bolsonarista.

Marcel van Hattem foi um deles: o deputado fez um discurso a favor da PEC e com críticas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Pedimos, então, em estrita observância da orientação adotada, que sejam alijados do processo seletivo os que se manifestam em desalinhamento com os posicionamentos do partido, tanto de oposição quanto de apoio ao impeachment do Presidente da República, sendo impedidos de se candidatar ou recandidatar pelo mesmo, resguardando a instituição”, diz a carta.

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Os bolsonaristas do Novo

O Novo tem um grupo que apoia fortemente o presidente e tentou tirar João Amoêdo do partido quando ele se posicionou contra o mandatário.

A ideia era colocar Romeu Zema, completamente alinhado ao presidente, no lugar.

Desde a saída dele do cargo de diretor nacional do partido, a ala governista do partido tem ganhado força.

Amoêdo votou em Jair Bolsonaro na eleição de 2018, mas hoje faz fortes críticas ao presidente nas redes.

Ele tem defendido, assim como pedem os militantes no ofício, que bolsonaristas procurem outra sigla para se filiar.

Leia o ofício enviado pelos militantes do Novo na íntegra:

Prezados,

De acordo com o teor do Ato nº 3 das diretrizes do NOVO, publicado em 8 de março de 2021, o partido assumiu posicionamento de oposição ao atual governo federal. Referido ato traz em seu art.1º esta orientação que, conforme seu texto afirma, “norteará desde já tanto nossas posições institucionais quanto nossas candidaturas para 2022. (…)”.

Isto posto, e em face de estar em curso a realização do processo seletivo para as eleições de 2022, espera-se deste Diretório Nacional zelo extremado nesse processo.

Assumida a postura de oposição, seguiu-se o endosso ao pedido de impeachment do Presidente da República. Conforme a própria letra da diretriz em questão, o direcionamento do processo seletivo há que se submeter aos posicionamentos da instituição, sendo, portanto, inadmissível a aprovação de pré-candidatos que não se alinhem às posturas acima citadas, sendo as mesmas premissas norteadoras e pré requisitos para aprovação.

Assim também entre mandatários que porventura desejem ser novamente candidatos pelo partido, há que se aplicar estes mesmos requisitos de seleção para que representem a legenda.

Cabe lembrar que os pré-candidatos todos se manifestarão em nome do partido ao longo do período de pré-campanha e campanha, tornando imprescindível a coerência na aplicação da orientação para que se alcance unidade e alinhamento no discurso e na prática.

Portanto, já não há lugar para questionamentos nem tampouco manifestações contrárias entre os que pretendem representar a sigla. Pedimos, então, em estrita observância da orientação adotada, que sejam alijados do processo seletivo os que se manifestam em desalinhamento com os posicionamentos do partido, tanto de oposição quanto de apoio ao impeachment do Presidente da República, sendo impedidos de se candidatar ou recandidatar pelo mesmo, resguardando a instituição.