Novo estudo reescreve o que sabemos sobre a expansão do universo; entenda

Um estudo publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society desafia um dos pilares da cosmologia moderna: a aceleração da expansão do universo. A pesquisa, liderada pelo professor Young-Wook Lee da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, apresenta evidências de que o cosmos não está se expandindo cada vez mais rápido, mas sim entrando em uma fase de desaceleração. A descoberta questiona a existência da energia escura como força constante de aceleração.
A reviravolta veio da reanálise de supernovas tipo Ia, usadas como “velas padrão” para medir distâncias cósmicas. Lee descobriu que o brilho dessas explosões varia conforme a idade das estrelas que as originam, um fator não considerado anteriormente. “Nosso estudo mostra que a energia escura evolui com o tempo muito mais rapidamente do que se pensava”, afirmou Lee em comunicado. O modelo padrão da cosmologia deixou de se ajustar aos dados quando esse viés foi corrigido.
Os novos cálculos, com 99,999% de confiança estatística, sugerem que a energia escura está diminuindo gradualmente. Se confirmada, essa tendência pode alterar radicalmente o destino previsto para o universo. Em vez de uma expansão eterna, o cosmos poderia eventualmente parar de se expandir e começar a encolher, culminando em um “Big Crunch” – cenário oposto ao Big Bang.
A comunidade científica reage com cautela aos resultados. O estudo coreano alinha-se com observações recentes do projeto DESI, que também detectou indícios de energia escura variável. Para validar a hipótese, a equipe de Lee planeja analisar dados do Observatório Vera C. Rubin no Chile, que nos próximos cinco anos observará milhares de novas supernovas.
