Apoie o DCM

Novo problema: adesão de profissionais ao Mais Médicos esvazia Saúde da Família

Reportagem de Renata Mariz no Globo informa que, depois de enfrentar a ameaça de apagão na saúde , com a saída de milhares de cubanos do Mais Médicos , prefeitos e secretários municipais de todo o país estão lidando agora com outro problema, de proporções ainda incertas.

De acordo com a publicação, a abertura de 8,5 mil vagas no programa, com salários de R$ 11,8 mil, acabou provocando uma onda migratória de médicos que já atuavam na atenção básica, sobretudo nas equipes de Saúde da Família, e agora estão abandonando seus postos para ingressarem no Mais Médicos em condições mais vantajosas em outras cidades. O problema foi detectado pelo GLOBO em três estados. Na Bahia, 53% dos cerca de 750 médicos selecionados com nomes divulgados entre os gestores trabalhavam na rede de saúde de outros municípios. No Rio Grande do Norte, essa taxa atingiu 70,5% entre os 139 profissionais alocados no estado. A Paraíba detectou que 60% de 128 médicos que se apresentaram para ocupar vagas deixadas por cubanos estão saindo de seus postos nas equipes de Saúde da Família.

Os secretários apontam a migração dos médicos, que pode explicar em parte o suposto sucesso da seleção alardeado pelo governo, que anunciou preenchimento de 97,2% das vagas em apenas seis dias, apenas como uma transferência do problema. Ao mesmo tempo em que preenche os postos do Mais Médicos, o movimento dos profissionais abre novas frentes de desassistência na rede regular de saúde, completa o Jornal O Globo.

‘Mais Médicos’ chegaram em 2013 com contrato de trabalho de três anos — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução