Número de brasileiros presos nos EUA dispara e relatos de maus tratos explodem
Do Estadão:
Na semana passada, 53 brasileiros estavam na Casa do Migrante, centro católico que tem acolhido em Ciudad Juárez, a 4 quilômetros da fronteira com os EUA, quem tentou entrar em território americano. Eles são os primeiros alvos de uma medida adotada em janeiro pela Casa Branca: enviar brasileiros ilegais ao México. Até agora, este procedimento era reservado principalmente a centro-americanos, especialmente hondurenhos, salvadorenhos e guatemaltecos.
Angustiados e confusos, os brasileiros relataram ter sido maltratados na prisão americana, passaram frio, fome e se apertaram em celas superlotadas. O número de brasileiros detidos na fronteira sul dos EUA disparou de 1.504, no ano fiscal de 2018 (de 1.º de outubro de 2017 a 30 de setembro de 2018), para 17.893, no ano fiscal de 2019, quase 12 vezes mais – um recorde.
Os dados mais atuais, referentes aos primeiros meses do ano fiscal de 2020 (outubro, novembro e dezembro de 2019), mostram as prisões ainda em alta: foram 4.469 detenções no trimestre, três vezes mais que em todo o registro de 2018.
A maioria entra por El Paso, no Texas, cidade gêmea de Juárez, do lado mexicano. Segundo dados oficiais, existem hoje 28.316 brasileiros com ordem de deportação nos EUA, dos quais 983 já foram condenados. Há ainda 313 sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE, na sigla em inglês) com ordem final de deportação autorizada.
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