Números da COVID-19 caem pela primeira vez no mundo desde o começo da pandemia

 

Imagem de coronavírus criada em computador pela Nexu Science Communication e pelo Trinity College de Dublin – Nexu Science Communication – 18.fev.2020/Reuters

Do El País:

 

Até poucas semanas atrás, a curva do coronavírus no mundo não parava de subir. Com alguns pequenos altos e baixos, os novos casos diários de abril do ano passado aumentaram em comparação com os de março de 2020; os do verão europeu superaram os da primavera e o inverno bateu todos os recordes. Mas a direção da curva mudou. Pela primeira vez desde o surgimento da covid-19, caminha para seis semanas consecutivas de declínio de novos casos e três de mortes, o que não pode mais ser considerado um artifício estatístico: trata-se de uma tendência clara.

Mas referir-se a ondas quando se fala em tendências globais não faz muito sentido, como aponta Daniel López Acuña, ex-diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Quando somamos as oscilações de muitos países, as reduções de alguns se sobrepõem aos aumentos de outros e, na soma, em um gráfico, as tendências se achatam. O vírus se move em ondas, como vimos em todos os países, que sobem e descem em função principalmente das medidas que estamos aplicando”, afirma. (…)

As razões para essa queda podem ser várias. Uma delas é que nessa representação os países que mais fazem testes têm mais peso: pouco se sabe sobre a verdadeira magnitude da covid na África, por exemplo. Todos os dados expostos, sempre da OMS, são de contágios confirmados, não de contágios reais, que são muito superiores mesmo nos países mais desenvolvidos, principalmente nos momentos iniciais, quando não havia testes suficientes. E nos Estados com maior capacidade diagnóstica, a epidemia está em fase de declínio após o Natal. Entre eles, dois dos que têm mais volume total de casos, os Estados Unidos e o Reino Unido, estão experimentando quedas notáveis. “Estão puxando fortemente para baixo as estatísticas mundiais”, diz Elvis García, doutor em epidemiologia pela Universidade de Harvard. Isto, somado à forte queda na maioria dos países europeus, se reflete claramente na curva global. A tendência na América Latina, África e Ásia também é de baixa, mas com uma queda muito mais suave e sem contribuir nunca com tantos positivos. No caso deste último continente, o declínio começou no início de dezembro. (…)

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, considera que o declínio global “demonstra que as medidas simples de saúde pública funcionam, inclusive na presença de variantes”. Em uma entrevista coletiva concedida no dia 15 de fevereiro, destacou que o importante agora é manter a tendência: “O incêndio não está apagado, mas reduzimos seu tamanho. Se o abandonarmos em alguma frente, ele se reavivará com fúria. Cada dia que passa com menos infecções significa vidas salvas, sofrimentos evitados e o alívio, mesmo que seja pequeno, da pressão sobre os sistemas de saúde. E hoje temos ainda mais razões para ter a esperança de poder controlar a pandemia”. (…)

 

Fernando Miller

Fernando Miller, paulistano, advogado, palmeirense

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