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Números da tragédia da Baixada Santista podem ser três vezes piores que Mariana

Santos SP 03 03 2020-Devidos as chuvas intensas no Litoral Sul de São Paulo, atingindo as cidades de Santos, Guarujá e São Vicente, o Corpo de Bombeiros de São Paulo trabalham em buscas de sobreviventes em deslisamentos.foto Douglas Arrais /COM/SOC/CB

Do El País:

A última atualização da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros de São Paulo contabiliza 31 mortos e 39 desaparecidos nas enchentes que atingiram a região da Baixada Santista, no litoral sul do Estado, no início da semana. Entre as cidades afetadas, Guarujá se destaca com o maior número de vítimas, todas elas moradoras de comunidades em regiões populares da cidade que é um dos destinos mais desejados por turistas no litoral de São Paulo.

Os números tornam o desastre natural pior do que a tragédia na barragem de Mariana, em 2015, que vitimou 19 pessoas em Minas Gerais, e é até agora o mais impactante no verão chuvoso deste ano que já causou enchentes em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.

As três cidades atingidas, Guarujá, Santos e São Vicente, são as três mais populosas da Baixada Santista e exibem realidades sociais diferentes, mas todas marcadas pela desigualdade e precariedade urbana nas zonas mais pobres. Na última quarta-feira, o governador de São Paulo, João Doria, declarou estado de emergência em Santos (o sexto maior índice de desenvolvimento humano do país) e na mais modesta São Vicente, as duas maiores cidades. Na primeira, são quatro óbitos, quatro desaparecidos e 185 desabrigados, enquanto a segunda contabiliza duas vítimas e uma pessoa desaparecida.

No momento, o Corpo de Bombeiros trabalha com um ponto de busca em cada cidade, mas o de Santos, segundo o porta voz tenente André Elias, o ponto onde o Corpo trabalha é o local mais perigoso para o resgate em toda a Baixada. “A encosta é muito íngreme, pequena e de difícil acesso, com risco de novo desmoronamento. O trabalho precisa ser manual e sensível”, argumenta o bombeiro.

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