Números mostram o avanço do antissemitismo na Europa
De Paul Kirby na BBC Brasil.
O antissemitismo está avançando, e os judeus estão cada vez mais preocupados com o risco de serem perseguidos. É o que mostra uma pesquisa realizada em 12 países europeus.
Milhares de judeus entrevistados pela Agência dos Direitos Fundamentais (FRA, na sigla em inglês), da União Europeia, relataram ter sofrido agressões físicas de natureza antissemita no ano passado, enquanto 28% contaram terem sido assediados verbalmente.
De todos os países analisados, a França é apontada como aquele que enfrenta os problemas mais graves de antissemitismo.
A Alemanha, o Reino Unido, a Bélgica, a Suécia e a Holanda também reportaram incidentes sérios.
No dia em que o relatório foi divulgado, a polícia italiana anunciou que estava investigando o roubo de 20 placas em memória do Holocausto.
As pequenas placas metálicas – dedicadas a membros de uma família judia, os De Consiglios – foram arrancadas das calçadas de Roma durante a noite.
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O levantamento afirma que os episódios de abuso antissemita se tornaram tão comuns que a maioria das vítimas não se incomoda em relatar os incidentes. Entre as descobertas, estão:
– 89% dos 16.395 judeus entrevistados consideram que o antissemitismo na internet é um problema em seu país.
– 28% sofreram algum tipo de assédio por ser judeu nos últimos 12 meses; 2% foram agredidos fisicamente.
– 47% se preocupam com a possibilidade de serem vítimas de insultos ou assédio verbal de natureza antissemita nos próximos 12 meses; 40% têm receio de agressões físicas.
– 34% evitaram participar de eventos judaicos, pelo menos em algumas ocasiões, por temer pela segurança.
– 38% cogitaram emigrar nos últimos cinco anos por causa de receios de segurança.
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A França foi alvo de uma série de ataques jihadistas, incluindo a morte de reféns em um supermercado judaico de Paris em 2015.
Somente neste ano, Mireille Knoll, uma mulher de 85 anos que escapou do Holocausto, foi assassinada em seu apartamento em Paris, e um menino de oito anos que usava um quipá (espécie de chapéu usado pelos judeus) foi atacado na rua por adolescentes.
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