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O aposentado que plantou uma floresta em bairro de SP; veja antes e depois

Hélio da Silva ao lado das árvores plantadas por ele no Tiquatira. Foto: Fábio Tito/g1

No coração da Penha, na zona leste de São Paulo, um aposentado transformou o cenário de uma avenida cinzenta em um corredor verde de mais de três quilômetros. Hélio da Silva (74) começou em 2003 a plantar árvores por conta própria ao longo do Córrego Tiquatira. Duas décadas depois, o que era um espaço degradado e inseguro se tornou o Parque Linear Tiquatira, uma das maiores áreas verdes urbanas contínuas da capital.

A iniciativa nasceu de um incômodo pessoal. “Eu vi essa degradação se acentuando. Um dia, eu disse para minha família que iria mudar tudo isso em dez anos. Eles acharam loucura, mas foi aí que eu decidi: agora é que eu vou pra frente”, contou. Ele vive há mais de 60 anos na região e mantém uma rotina de plantio e um fichário com registro das mais de 42 mil árvores.

As primeiras tentativas foram frustrantes, já que centenas de mudas foram arrancadas, mas ele insistiu. Hoje, o parque abriga 164 espécies da Mata Atlântica, entre ipês, jatobás e paus-brasis, além de cerca de 3 mil árvores frutíferas. O espaço abriga 69 espécies de aves, e a temperatura sob as copas chega a ser até cinco graus menor que nas avenidas ao redor.

“O bonito é ver elas crescerem. Antes, aqui era medo e abandono. Agora é refúgio”, prossegue Hélio. O impacto do projeto ultrapassou as margens do Tiquatira. A SOS Mata Atlântica estima que o exemplo inspirou cerca de 300 grupos de plantadores de árvores em todo o país. Hoje, ele segue ativo, participa de palestras e mantém viva a meta de alcançar 50 mil árvores.

Veja antes e depois:

Córrego Tiquatira em 2005. Foto: Reprodução/Google Earth
Córrego Tiquatira em 2025. Foto: Reprodução/Google Earth