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O brilho misterioso no centro da Via Láctea que intriga cientistas

Galáxias distantes aparecem espalhadas pelo céu noturno. Foto: Nasa

Um brilho enigmático no centro da Via Láctea tem intrigado astrônomos há mais de uma década. Essa luz difusa, composta por raios gama de alta energia, não se encaixa nas fontes conhecidas do universo. Um estudo da Universidade Johns Hopkins apontou que o fenômeno por ser resultado da colisão entre partículas de matéria escura, uma das substâncias mais misteriosas do cosmos.

Os cientistas compararam duas hipóteses principais: a de que o brilho vem da matéria escura interagindo consigo mesma e a de que seria causado por estrelas de nêutrons em rápida rotação, conhecidas como pulsares de milissegundo. Embora ambas continuem possíveis, os novos modelos mostram que os padrões observados coincidem mais com os previstos para a presença de matéria escura.

A matéria escura representa cerca de 85% de toda a matéria do universo, mas nunca foi detectada diretamente. Ela não emite nem reflete luz, sendo percebida apenas por seus efeitos gravitacionais sobre galáxias e aglomerados estelares.

Segundo o estudo, quando suas partículas colidem, liberam lampejos de radiação gama, o mesmo tipo de sinal identificado pelo telescópio Fermi, da NASA, no coração da nossa galáxia. Embora ainda não seja uma prova definitiva, a descoberta reforça a hipótese de que o brilho da Via Láctea pode ser o primeiro indício observável da matéria escura.