O clima após a tentativa falha de golpe no 8/1, segundo Múcio

Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que o clima após os atos terroristas promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro, estava um “horror”. Ele ressaltou ainda que “precisava reconstruir a confiança dos políticos com os militares, e vice-versa”:
(…) Houve uma reunião no QG do Exército na noite do 8 de Janeiro com ministros e integrantes do Alto-Comando. Como foi esse encontro?
Fomos lá negociar o que se faria, porque houve um momento de muita tensão, se a Polícia Federal entraria (no Quartel-General, para desmobilizar o acampamento). O comandante do Exército disse: “Aqui não entra”. Depois, fomos para lá e se negociou que a Polícia Federal poderia vir pegar as pessoas às 6h (do dia 9).
Como estava o clima?
O dia 8 de janeiro foi tenso, e minha vida continuou tensa pelos 90 dias que se seguiram. Amanhecemos no dia 9 com o Ministério da Defesa órfão.
A esquerda com horror aos militares, porque achava que eles queriam um golpe, e a direita com mais horror ainda, porque eles não deram o golpe. Eu precisava reconstruir a confiança dos políticos com os militares, e vice-versa, a partir da estaca zero. (…)