O crime brutal de escritora que foi descoberto por cineasta e virou filme

Anne Perry, uma das mais renomadas escritoras de romances policiais, viveu por décadas escondendo um segredo de sua juventude. Nascida Juliet Marion Hulme, ela participou do assassinato de Honora Parker, mãe de sua melhor amiga, Pauline, em 1954, quando tinha apenas 15 anos. Condenada, cumpriu cinco anos de prisão antes de adotar o novo nome e reconstruir a vida na Escócia.
O crime, cometido com extrema violência, envolveu cerca de 20 golpes de tijolo contra a vítima. Segundo os diários apreendidos pela polícia, as adolescentes haviam planejado a morte para impedir que a separação familiar atrapalhasse a amizade. Como eram menores de idade, escaparam da pena de morte e receberam condenações em regime de prisão juvenil.
Durante décadas, o passado de Anne Perry permaneceu em segredo até ser exposto em 1990, após o lançamento do filme “Almas Gêmeas”, de Peter Jackson. A trama, inspirada no crime, revelou ao público que a personagem vivida por Kate Winslet era baseada na escritora. “Parecia tão injusto. Tudo o que eu havia lutado para conquistar como um membro decente da sociedade estava ameaçado”, disse ela à época.
Anne Perry morreu em 2023, aos 84 anos, após complicações cardíacas. Ao longo da carreira, publicou mais de 40 livros, vendeu milhões de cópias e consolidou seu nome como referência mundial na literatura policial, mesmo sob a sombra do crime que marcou sua juventude.