Apoie o DCM

O “erro” de Hugo Motta que travou votação do PL Antifacção na Câmara

Guilherme Derrite ao lado de Hugo Motta

A tentativa de avançar o PL Antifacção travou na Câmara por causa de uma avaliação considerada equivocada do presidente da Casa, Hugo Motta. Líderes afirmam que, embora ele buscasse um consenso, a escolha do relator e a forma como conduziu as negociações acabaram irritando governo e oposição, o que inviabilizou a votação ainda nesta semana. A situação expôs um desgaste que uniu bolsonaristas, petistas e até governadores de direita contra o andamento do texto. Com informações do Metrópoles.

Tudo começou quando Motta indicou o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, para relatar o projeto do governo federal sobre o combate a facções criminosas. A oposição queria que ele cuidasse do texto apresentado por Danilo Forte (União), que classifica facções como organizações terroristas. Mesmo assim, Motta decidiu apostar em uma unificação dos dois temas, anunciando um pacote que chamou de Marco Legal do Combate ao Crime Organizado.

A escolha, porém, incomodou o Palácio do Planalto. O governo viu com desconfiança a entrega de uma pauta prioritária da segurança pública a um aliado de Tarcísio de Freitas, governador do estado de São Paulo, provável adversário de Lula em 2026. Além disso, o parecer de Derrite mexia em atribuições da Polícia Federal e aproximava o tratamento penal de facções ao de terrorismo, pontos que geraram resistência entre ministros e líderes governistas.

Na quarta-feira (12), o impasse se escancarou: parlamentares de ambos os lados e governadores pediram formalmente o adiamento da votação. Derrite, isolado, ainda tentou manter o cronograma, mas acabou cedendo. Motta então anunciou que o projeto só será analisado na próxima semana, em meio a um clima de insatisfação generalizada no Congresso.