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O fim do emprego dos sonhos nas big techs: o que mudou no Vale do Silício

Pessoa trabalhando. Foto: Divulgação

No início dos anos 2000, empresas como Google, Apple, Meta e Netflix eram vistas como o auge do mercado de tecnologia, oferecendo salários generosos, benefícios exclusivos e ambientes de trabalho que estimulavam criatividade e liberdade.

Para Rachel Grey, que entrou no Google em 2007 como engenheira de software, o cenário incluía refeições sofisticadas, academias gratuitas, bônus generosos e até transparência sobre informações estratégicas. Porém, quase duas décadas depois, ela viu esse modelo se transformar em uma estrutura mais rígida e voltada para metas, até deixar a empresa em 2024.

A mudança não afetou apenas o Google. Em toda a indústria, a combinação de demissões em massa, cortes de benefícios e a exigência de retorno ao trabalho presencial vem alterando a relação entre empresas e funcionários. A compra do Twitter por Elon Musk, em 2022, marcou um ponto de virada, seguida por cortes drásticos na Meta, Amazon e Google.

Paralelamente, a ascensão da inteligência artificial generativa trouxe incertezas adicionais, com líderes como Mark Zuckerberg e Musk prevendo que parte dos postos de trabalho será substituída pela tecnologia. Funcionários relatam que, além dos cortes, houve redução do espaço para debates internos e protestos sobre questões sociais, com executivos reforçando que a prioridade é a produtividade.