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O motivo da nova briga entre Motta e o governo Lula

O deputado federal bolsonarista Alexandre Ramagem (PL-RJ). Foto: Vinicius Loures/Agência Câmara

A fuga do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) para os Estados Unidos, em meio à ordem de prisão pela trama golpista, ampliou o desgaste entre o PT e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Petistas afirmam que a Mesa Diretora teria facilitado o voto remoto do deputado, ocultando que ele havia deixado o país.

Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, a acusação irritou Motta, que já vinha reclamando do governo após a aprovação do PL Antifacção, alvo de críticas por retirar recursos da Polícia Federal. O presidente da Câmara telefonou ao deputado Rogério Correia (PT-MG) para negar qualquer apoio a Ramagem e disse que desconhecia a viagem do bolsonarista.

Segundo ele, o voto remoto foi autorizado apenas mediante apresentação de atestados médicos. Mesmo assim, a bancada petista elevou a pressão e pediu formalmente esclarecimentos sobre suposta licença, uso de celular no exterior para marcar presença e ausência de registros no Diário Oficial.

A insatisfação do PT com Motta não é nova. O partido critica a insistência dele em manter Guilherme Derrite como relator do PL Antifacção. Nos bastidores, o presidente da Câmara admite que a relação com o governo é ruim e que nenhum dos lados parece disposto a recuar. Ainda assim, integrantes do Planalto avaliam que não podem levar o confronto ao limite, já que seguem dependentes da Câmara para aprovar pautas estratégicas nos próximos meses.