O país que pode desaparecer até 2050 com avanço do mar

Com menos de 12 mil habitantes e localizado entre o Havaí e a Austrália, Tuvalu é um dos menores países do mundo e também um dos mais ameaçados pelas mudanças climáticas. A nação insular do Pacífico possui uma elevação média inferior a três metros acima do nível do mar, o que a torna extremamente vulnerável ao avanço das águas. Segundo estimativas, até 2050 metade da capital, Funafuti, pode estar submersa por maremotos, obrigando grande parte da população a migrar.
Apesar de pouco conhecido, Tuvalu atrai curiosidade por ser o país com menor fluxo turístico do mundo — cerca de 3 mil visitantes por ano — e por deter o domínio de internet “.tv”, que virou uma das principais fontes de renda local. O território de apenas 12 km de extensão pode ser atravessado de ponta a ponta em minutos, e possui apenas uma delegacia, uma loja de telecomunicações e quatro voos semanais.
O país ganhou destaque recentemente após a visita do cineasta jordaniano Joe Hattab, que documentou o cotidiano dos moradores e as estratégias adotadas para enfrentar o risco ambiental. Vídeos do influenciador mostram cenas da pista de pouso servindo como campo esportivo para as crianças, até o momento em que o alarme soa para a chegada de um avião. Com estrutura simples e marés que por vezes tomam a única estrada, Tuvalu simboliza a urgência climática global.
Para tentar conter a tragédia anunciada, o governo de Tuvalu firmou acordos com a Austrália e vem apelando à comunidade internacional. Além das ações de adaptação, como reforço de diques e realocação de moradores, a preservação da cultura tuvaluana em meio ao risco de desaparecimento físico do país tem se tornado uma preocupação crescente.