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O que a ciência diz sobre as “baleias terrestres”

Projeção gráfica do indohyus. Foto: BiodiversidadeB

A incrível adaptação de mamíferos terrestres ao ambiente aquático, que deu origem às baleias e golfinhos, remonta a 50 milhões de anos. A descoberta do fóssil Indohyus, nas montanhas do Himalaia, foi crucial, fornecendo o “elo perdido” que conecta esses cetáceos a ancestrais terrestres. O pequeno animal, semelhante a um guaxinim, possuía uma característica óssea única no ouvido, compartilhada apenas com cetáceos. Com informações da Superinteressante.

Thayara Carrasco, doutora em Biodiversidade, explica a importância do achado: “Isso [o invólucro] já indicaria uma adaptação para a audição subaquática”. Essa estrutura óssea especializada é vital para a propagação do som na água. O Indohyus, um artiodáctilo extinto, é considerado um parente próximo dos hipopótamos e das baleias modernas.

A transição para a vida aquática foi gradual. Espécies como o Pakicetus, semi-aquático, e os totalmente aquáticos Basilosauridae, mostram a redução das patas traseiras e a migração do espiráculo para o topo da cabeça. “Já são bem parecidos com os cetáceos atuais e tinham uma distribuição pelo mundo todo”, detalha Carrasco sobre os Basilosauridae.

Há 35 milhões de anos, os cetáceos modernos surgiram, dividindo-se em misticetos (baleias com barbatanas) e odontocetos (golfinhos e baleias com dentes). Sua diversificação coincide com mudanças oceânicas globais que criaram ambientes marinhos mais produtivos.

Filogenia das baleias, extintas e vivas, e seus parentes próximos. Foto: John Gatesy, Carl Buell/Molecular Phylogenetics and Evolution