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O que Dilma quer em sua visita aos EUA

Da bbc:

Em sua visita aos Estados Unidos em junho, a presidente Dilma Rousseff deverá buscar parcerias no ensino técnico e o incremento do comércio com os americanos, enquanto o presidente americano, Barack Obama, tentará fechar um acordo na área climática e abrir o mercado brasileiro para a indústria de defesa americana, segundo assessores governamentais e diplomatas dos dois países ouvidos pela BBC Brasil.

A viagem tem sido encarada por ambos os lados como o início de uma nova fase na relação entre as nações, que tornou-se mais distante desde a denúncia, em 2013, de que o serviço de inteligência americano espionou Dilma.

Segundo americanos e brasileiros envolvidos nos preparativos da visita, mais importante que os anúncios do encontro será a retomada do diálogo em alto nível, que resultará em laços mais sólidos e diversificados no futuro.

Dilma viajará a Washington em 30 de junho para uma visita de trabalho. A Casa Branca havia lhe oferecido a possibilidade de realizar uma visita de Estado – mais formal – no segundo semestre, mas a presidente preferiu ir antes.

A visita ocorrerá num momento em que o governo brasileiro promove um ajuste fiscal e recorre a investidores estrangeiros para tentar estimular a economia nacional.

A programação ainda não está definida. Há duas semanas, representantes de vários ministérios se reuniram em Brasília sob a coordenação do Itamaraty para tentar pôr seus pleitos na agenda da visita.

Há no governo quem defenda que, além de Washington, Dilma vá à Califórnia. O Estado abriga as principais empresas americanas de computação e é um dos mais avançados na adoção de energias limpas.

A visita à Califórnia permitiria à presidente buscar parcerias nesses setores e reafirmar seu discurso em prol da inovação tecnológica. Outra possibilidade é que Dilma vá a Nova York para falar a investidores.

Os principais anúncios da visita deverão ocorrer no campo comercial, segundo assessores e diplomatas.

Após longa negociação, o governo brasileiro espera que os Estados Unidos anunciem a abertura do seu mercado para a carne brasileira in natura. O acordo também liberaria a venda de carne americana no Brasil.

Com a medida, os frigoríficos brasileiros esperam poder concorrer não só nos Estados Unidos, mas principalmente derrubar as barreiras sanitárias em outros países que usam as agências americanas como referência, entre eles Coreia do Sul, Japão e México.

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Dilma deverá buscar ainda a cooperação dos Estados Unidos para aprimorar o ensino técnico e profissionalizante no Brasil. Ela tratou do tema ao se encontrar com Obama no Panamá durante a Cúpula das Américas, em abril.

Na ocasião, Dilma disse que Obama mencionou as “Community Colleges”, instituições que oferecem dois anos de ensino técnico ou de matérias que contam créditos em cursos de graduação por custos mais baixos que universidades tradicionais.

Os Estados Unidos já são o maior parceiro do Brasil no programa Ciência Sem Fronteiras, pelo qual o governo brasileiro financia a graduação e pós-graduação de estudantes no exterior.

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