Apoie o DCM

“O que estamos vivendo é pior do que no AI-5”, diz empresário bolsonarista investigado por fake news

Do Globo:

Otávio Oscar Fakhoury, filho do banqueiro Oscar Fakhoury. Foto: Reprodução/CNN Brasil/YouTube

Apoiador de primeira hora de Jair Bolsonaro, o empresário Otavio Fakhoury, investigado e alvo de operações de busca tanto no inquérito das fake news quanto no que apura a promoção de atos democráticos, diz que é alvo de “crime de opinião” e afirma que as fake news são “um truque semântico que o cara joga contra uma matéria que ele não gosta”. Ele admite ter dado entre R$ 30 mil e R$ 40 mil desde 2016 ao site conservador Crítica Nacional, também citado no inquérito que investiga notícias falsas. E diz que apoiou atos em que bandeiras antidemocráticas foram levantadas, mas que não tem como controlar o que as pessoas pedem nas ruas.

—Como você vai controlar? A pessoa é livre — disse ao GLOBO. Ele acredita que o presidente está se afastando do conservadorismo, ainda que a contragosto.

(…)

Antes da saída do Abraham Weintraub do Ministério da Educação, o senhor falou que iria repensar o seu apoio ao governo caso ele fosse demitido. Além da pressão que tinha para que ele saísse, eu soube depois que também estava sofrendo ameaças contra a sua família. Ele mesmo estava disposto a sair.

(…) Ele foi para os Estados Unidos por causa disso? Eu acho que a necessidade de ficar longe disso possa ter acelerado a coisa. Não estou com a impressão que ele saiu fugido porque iria ser preso. Não tem motivo para prendê-lo. Ele falou que queria prender o ministro do Supremo. Mas desde quando isso é crime? No máximo, podem achar que é injúria. Ameaçar um cara de prisão porque falou uma coisa daquela, ainda mais numa conversa privada, aquilo, sim, é autoritarismo. O que estamos vivendo hoje é pior do que no AI-5.