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O que o corpo sente antes de morrer

Mão de paciente em leito hospitalar é amparada por familiar – Foto: Reprodução

Nos momentos finais da vida, o corpo passa por mudanças graduais que indicam que os órgãos estão diminuindo suas funções. Segundo especialistas em cuidados paliativos, essa fase ativa da morte costuma ser marcada por sonolência, diminuição da fome e da sede, ressecamento da pele, alteração da coloração das extremidades e respiração irregular. Esses sinais mostram que sistemas como o digestivo, circulatório e respiratório estão desacelerando, preparando-se para o desligamento total.

A médica Ana Claudia Quintana Arantes explica que o processo ocorre em etapas simbólicas ligadas a elementos da natureza como terra, água, fogo e ar. Primeiro vem o cansaço profundo e a perda de força; depois, o corpo resseca; em seguida, pode haver uma “melhora da morte”, quando o paciente parece recuperar a consciência e interage com quem está por perto; por fim, surgem respirações barulhentas e espaçadas até a última expiração. Mesmo com consciência alterada, sentidos como audição e tato seguem ativos e o toque suave pode trazer conforto.

Após a última respiração, coração e cérebro param e as células desligam aos poucos. Os profissionais orientam familiares a se manterem calmos, aproveitando o instante para se despedir com carinho. Para os médicos, conversar sobre a morte é essencial para tornar esse momento mais humano e menos assustador, ajudando as pessoas a enxergarem o fim como parte natural do ciclo da vida.