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O remédio mais vendido do Brasil e seus riscos

Losartana em farmácia. Foto: Dirceu Portugal/Estadão Conteúdo

A losartana, o medicamento genérico mais vendido no Brasil, é tomado diariamente por milhões de brasileiros, principalmente para o controle da hipertensão. Esse fenômeno revela um problema de saúde pública no país, onde cerca de três em cada dez adultos sofrem de pressão alta, muito acima da média global.

A popularidade da medicação mostra uma falha no sistema de saúde, que foca no tratamento, mas não na prevenção da hipertensão. A doença é muitas vezes diagnosticada tardiamente, quando o dano já está feito. A losartana age bloqueando a ação da angiotensina II, uma substância que contrai os vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial.

Essa ação é eficaz e a fórmula é segura, o que a torna a escolha popular, principalmente porque é barata, produzida no Brasil e fornecida gratuitamente pelo SUS. Porém, seu uso prolongado sem a devida orientação médica pode mascarar problemas de saúde mais sérios, como apneia do sono e estenose de artéria renal.

Especialistas ouvidos pelo g1 apontam que a Losartana não vicia, mas seu uso contínuo pode ser problemático, e que o risco do uso não está no remédio em si, mas na falta de acompanhamento médico. Apesar de a medicação ter passado por um recall em 2018, quando lotes contaminados foram identificados, outras produções mais recentes foram avaliadas como seguras.