O remédio para insônia que pode ajudar a combater Alzheimer, segundo estudo

Um novo estudo realizado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, apontou que o Lemborexant, remédio aprovado para tratar insônia, pode também ter efeito promissor contra o Alzheimer. Testes em camundongos revelaram que a substância reduziu significativamente o acúmulo da proteína Tau no cérebro — considerada um dos principais fatores do avanço da doença.
O experimento mostrou que camundongos tratados com o Lemborexant tiveram melhora na qualidade do sono e até 40% de reativação no hipocampo, área relacionada à memória. O desempenho foi superior ao de outros roedores que receberam o popular Zolpidem ou nenhum medicamento. Segundo os cientistas, o segredo pode estar na forma de ação do Lemborexant, que bloqueia o neuropeptídeo Orexina, ligado à regulação do sono e da atividade cerebral.
Apesar dos resultados animadores, os pesquisadores destacam que os testes foram feitos apenas em camundongos machos. Ainda é necessário investigar se os mesmos efeitos ocorrem em fêmeas e, principalmente, em humanos. Além disso, o uso prolongado da substância ainda não foi amplamente avaliado, o que exige cautela antes de qualquer aplicação clínica.
O Lemborexant foi aprovado pelo FDA em 2019 para tratamento de curto prazo da insônia. No Brasil, está sob análise da Anvisa desde 2022. Mesmo assim, os especialistas consideram os resultados um avanço importante e prometem aprofundar os testes em novas fases de pesquisa para avaliar a eficácia em humanos e seu possível uso no combate à progressão do Alzheimer.